O tributarista e especialista no mercado financeiro Eliézer Marins aponta setores da economia que estão crescendo apesar da pandemia da covid-19.
Uma luz no fim do túnel. Após o impacto extremamente negativo sofrido pela maioria das empresas em virtude da pandemia do coronavírus, foi identificado pela Receita Federal uma reação positiva das vendas no mês de junho, que atingiram o maior patamar do ano, superando, inclusive, a porcentagem do mesmo mês em comparação ao ano passado, de forma que se apurou uma equivalência das vendas entre 2019 e 2020. Mas como isso é possível mesmo em meio à pandemia da covid-19?
O tributarista e especialista no mercado financeiro, Eliézer Marins, revela que isso é resultado de alguns setores da economia que experimentaram crescimento como consequência da quarentena e do isolamento social: “um grupo de empresas, além de obviamente aquelas que fabricam máscaras e álcool gel e luvas, tão necessários nesse momento, experimentou crescimento econômico ou estabilidade na crise.
Cito como exemplos o setor de construção civil, de informação e comunicação, de supermercados, vestuário feminino, roupa íntima e farmácias não foram tão atingidos pela adversidade da pandemia, conseguindo manter o volume de vendas de produtos ou serviços, ou até mesmo elevá-los, principalmente com base nas compras públicas feitas pelos governos a fim de atender às necessidades da população e a injeção de recursos através das medidas de combate ao novo coronavírus, bem como o programa de auxílio emergencial, que representou mais de 98 bilhões de reais a mais em circulação.”
Medição de crescimento
O especialista revela qual o método utilizado para constatar o crescimento destes setores: “o registro, realizado por meio de notas fiscais eletrônicas e que retrata a economia real, indicou o início de uma recuperação significativa, pois reverteu o cenário da queda brutal observada no mês de abril.”
Eliézer Marins também ressalta que há um novo normal, com a mudança de hábitos do consumidor, que passou a movimentar a economia através de produtos e serviços digitais: “Dados da Receita Federal mostram que o comércio eletrônico foi meio principal de compras e aquisição de bens e serviços durante a pandemia.
Logo, as compras que deixaram de ser realizadas presencialmente, migraram para o e-commerce. Com os novos hábitos estão sendo criados durante a pandemia, a tendência é que as lojas virtuais, dropshipping e vendas eletrônicas em geral cresçam cada vez mais.”
Ainda não é o fim
Entretanto, Marins ressaltou que ainda serão necessárias muitas outras medidas e mais tempo para retomar a trajetória de crescimento da economia, embora a reversão tenha sido importante: “a pandemia ainda não passou e existem ainda muitas restrições, mas enquanto alguns setores infelizmente amargaram enorme prejuízo, como restaurantes, entretenimento e lojas de shopping center, outros experimentaram um crescimento jamais visto. Com o tempo, as coisas devem se estabilizar, assim como novas oportunidades de empreendimentos devem surgir com esse novo normal no que diz respeito aos hábitos do consumidor.”